Alberto Demicheli

Pedro Alberto Demicheli Lizaso
Alberto Demicheli
Pedro Alberto Demicheli Lizaso
Presidente de fato do Uruguai
Período 12 de junho de 1976 - 1 de setembro de 1976
Antecessor(a) Juan María Bordaberry
Sucessor(a) Aparicio Méndez
Dados pessoais
Nascimento 7 de agosto de 1896
Rocha, Uruguai
Morte 12 de outubro de 1980 (84 anos)
Montevidéu, Uruguai
Primeira-dama Sofía Álvarez Vignoli
Partido Partido Colorado
Profissão advogado, historiador, jornalista, escritor e político

Pedro Alberto Demicheli Lizaso (Rocha, 7 de agosto de 1896Montevidéu, 12 de outubro de 1980) foi um advogado, historiador, jornalista, escritor e político uruguaio, servindo como presidente de fato do Uruguai, em 1976, durante a ditadura civil-militar (1973-1985).

Biografia

Natural da Rocha, era filho de Pedro Gerónimo Demicheli Mussio (1873-1938) e Balbina Lizaso Ballarena (1873-1949).

Ainda jovem, mudou-se para Montevidéu para estudar Direito. Lá ele conheceu sua futura esposa, Sofía Álvarez Vignoli, que também estudava Direito. Depois de se formarem, casaram-se e tiveram dois filhos: Julio Alberto (1938-1975) e María Adelina (Mayella) Demicheli Álvarez (1930).[1]

Ele ingressou no Partido Colorado e foi eleito deputado e senador. Mais tarde, ele seria o Ministro do Interior de Gabriel Terra. Quando, em 31 de março de 1933, o Presidente Gabriel Terra dissolveu o Parlamento e o Conselho Nacional de Administração, criou uma Mesa de Governo de nove membros para assessorar o Poder Executivo. Demicheli foi um dos membros do referido Conselho, juntamente com Pablo Galarza, Francisco Ghigliani, Andrés Puyol, Pedro Manini Ríos, José Espalter, Roberto Berro, Alfredo Navarro e Aniceto Patrón.[2]

Ele também teve um excelente desempenho como treinador de futebol. Entre 1933 e 1934 presidiu o Club Atlético Peñarol.

A 27 de junho de 1973, com o apoio das Forças Armadas o presidente Juan Maria Bordaberry deu um golpe de Estado dissolveu o parlamento e substituí-lo por um Conselho de Estado. A presidência do Conselho de Estado foi inicialmente ocupada por Martín Echegoyen, mas, após sua morte em 1974, foi ocupada por Demicheli.

Em junho de 1976, as desavenças entre Bordaberry e os militares geraram a crise política que culminou com a destituição do presidente e a nomeação, em 12 de junho, de Alberto Demicheli para ocupar a primeira magistratura. A sua primeira medida foi a edição de dois decretos constitucionais, os Atos Institucionais 1 e 2. Pelo Ato Institucional n.º 1 foi suspensa a convocação das eleições gerais prevista no artigo 77.º, inciso 9º, da Constituição. Pelo Ato Institucional nº 2, foi criado o Conselho da Nação, não previsto na Constituição, atribuindo-lhe poderes para nomear o Presidente da República, o Presidente e Membros do Conselho de Estado, Membros do Supremo Tribunal de Justiça, do Tribunal Contencioso-Administrativo e da Justiça Eleitoral.[3]

Em relação à política econômica, Demicheli ratificou o Plano Nacional de Desenvolvimento elaborado em 1972 durante o governo Bordaberry. A política econômica aplicada buscou uma reformulação radical das bases do funcionamento econômico do país, uma nova aliança entre os militares e a tecnoburocracia, visando à transformação das estruturas produtivas do comércio exterior, da distribuição da renda, da demanda e da preços relativos, num quadro de ampla liberalização e abertura da economia.

Demichelli recusou-se, por outro lado, a autorizar com sua assinatura pesadas proibições ao opositores políticos, pelo que foi destituído pelos militares e substituído em 1º de setembro de 1976 por Aparicio Méndez, que imediatamente expediu vários Atos Institucionais, entre eles, o Ato Institucional nº 4 que excluiu os principais atores políticos da vida pública.[4]

Os seus livros de direito foram durante muitos anos textos para estudo e consulta na Faculdade de Direito da Universidade da República.

Referências

  1. «Pedro Alberto Demicheli Lizaso arquivou 2005-02-17 na máquina de Wayback» 
  2. «Biografía de Alberto Demicheli (enlace roto disponible en Internet Archive; véase el historial y la última versión).» 
  3. «Informe sobre la Situación de los Derechos Humanos en Uruguay Comisión Interamericana de Derechos Humanos OEA.» 
  4. «Intentos de Legitimación de la Dictadura Militar» (PDF) 


Precedido por
Juan María Bordaberry
Presidente de fato do Uruguai
1976
Sucedido por
Aparicio Méndez
  • v
  • d
  • e
Controle de autoridade
  • Wd: Q471250
  • WorldCat
  • VIAF: 6539158551013616540009
  • Autores.uy: 4271
  • BNE: XX1248688
  • GND: 1206942185
  • LCCN: no2022037866
  • SUDOC: 078779413