Constituição Francesa de 1799 (Ano VIII)

Constituição do Ano VIII

A Constituição Francesa de 1799, também conhecida como Constituição do Ano VIII, foi uma constituição nacional de França, adotada em referendo popular em 24 de dezembro de 1799 (durante o oitavo ano pelo calendário revolucionário francês), que estabelecia o Consulado como forma de governo (formado por três cônsules, que tinham poder para nomear os senadores que, por sua vez, escolhiam o Tribunato e o membros do legislativo), entrando em vigor a 1 de janeiro de 1800 — e feita após o Golpe de 18 Brumário para dar o poder efetivo a Napoleão Bonaparte.[1] Sua aprovação selou o fim da Revolução Francesa.

Foi substituída pela Constituição do Ano X - na verdade, uma versão com poucas modificações daquela outra.[2]

Disposições

O artigo 21 criou o Senado Conservador[3] a quem competia indicar os membros do Tribunato e do Corpo Legislativo.[1]

Seus dispositivos simplesmente omitiam as conquistas revolucionárias da liberdade, igualdade e fraternidade, deixando de fazer menção à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.[2]

Crítica histórica

Jacques Godechot, sobre a Carta do Ano VIII, disse que ela "Supõe uma organização em pirâmide, tendo na base a totalidade dos cidadãos munidos de poderes ilusórios e, no ápice, um chefe que dita ordens às autoridades subordinadas."[4]

Lefèbvre, por sua vez, declarou que "O povo é soberano, isto está entendido, mas não é mais consultado (…) E Napoleão não tardará a dizer 'Eu sou o único representante do povo'."[5]

Ver também

Referências

  1. a b Evaldo Amaro Vieira (1998). Poder político e resistência cultural. [S.l.: s.n.] p. 60 e seg.. 140 páginas 
  2. a b Raquel Stoiani (2005). Da Espada à Águia - construção simbólica do poder. [S.l.: s.n.] p. 113 e seg.. 338 páginas 
  3. Alvaro Ricardo de Souza Cruz (2004). Jurisdição constitucional democrática. [S.l.: s.n.] p. 9 (nota). 475 páginas 
  4. In: La revolution francaise: Chronologie e commente, 1787-1797(Paris: Perrin, 1988), pp. 84 - citado em STOIANI, op. cit.
  5. Livre tradução para: "Le peuple est souverain, c'est entendu; mais on ne le consulte plus (...) Et Bonaparte ne tardera pas a ler dire: 'Moi seul suis le représentant du peuple'." in: Napoléon, Paris: PUF, 1953, p. 75
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