Corredor Philadelphi

O Corredor Philadelphi, ao longo da fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza.

Corredor Philadelphi, também chamado Rota Philadelphi refere-se a uma estreita faixa de terra, com 14 km de comprimento, situada na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito. Nos termos do tratado de paz israelo-egípcio de 1979, o corredor seria controlado e patrulhado por forças israelenses. Posteriormente, pelos Acordos de Oslo, de 1995, Israel manteve o controle dessa zona tampão ao longo da fronteira. Um dos propósitos declarados de manutenção do Corredor foi o de impedir o contrabando de armas, munições e outros materiais não permitidos por Israel, bem como controlar a passagem de pessoas entre o Egito e a Faixa de Gaza.

Após a desocupação de Gaza por Israel, em 2005, a autoridade sobre o Corredor Philadelphi foi transferida para a Autoridade Palestina. Depois que o Hamas tomou o poder na Faixa de Gaza (junho de 2007), Egito e Israel fecharam o Corredor, bloqueando a acesso por terra à Faixa de Gaza, que já sofre bloqueio aéreo e marítimo.

Posteriormente, palestinos em cooperação com egípcios, construíram túneis sob o corredor, de modo a possibilitar a passagem de mercadorias e pessoas.[1][2]

Em maio de 2011, na esteira da Primavera Árabe, o Egito retirou as restrições na sua fronteira com Gaza, permitindo que muitos palestinos passassem livremente pela primeira vez em quatro anos. A medida foi fortemente criticada por Israel e ocorreu cerca de três meses depois de Hosni Mubarak ter deixado a Presidência do Egito, depois de quase 30 anos no poder.[3]

O exército egípcio continua a atuar na destruição dos túneis,[4] mas seu desempenho não tem sido considerado satisfatório pelo governo israelense.[5] Em abril de 2013, o Egito reforçou suas tropas na fronteira com a Faixa de Gaza. O exército egípcio informou que tem inutilizado os túneis, enchendo-os de água. [6][7]

Antecedentes

O Tratado de Paz Egito-Israel (1979), em que Israel concordou em se retirar da península do Sinai, estipulava que a fronteira com o Egito iria seguir a linha de fronteira do antigo Mandato Britânico da Palestina. A principal passagem na fronteira seria na cidade de Rafah, na Faixa de Gaza. Foi acordado que a área adjacente à fronteira (conhecida como Área C) seria desmilitarizada, e ao Egito seria permitido apenas manter as forças policiais ali. A Rota Philadelphi está inteiramente contida na zona desmilitarizada e tem 14 km, a partir do mar Mediterrâneo até a passagem de Kerem Shalom, onde há três vias entre Israel, Egito e a Faixa de Gaza.[8]


Referências

  1. In pictures: Searching for Gaza's tunnels. BBC, 7 de janeiro de 2009.
  2. Weapon Smuggling Tunnels in Rafah - Operation Rainbow. Israel Ministry of Foreign Affairs.
  3. Após quatro anos, Egito reabre fronteira com a Faixa de Gaza. Por Guila Flint. BBC, 28 de maio de 2011.
  4. Egypt resumes demolition of Gaza tunnels. Ma'an News, 23 de agosto de 2012.
  5. Qurei: "Occupy the crossing". Top PA negotiator offers to allow Israel to re-occupy the Philadelphi corridor on the Gaza-Egypt border. Por David Poort. Aljazeera, 25 de janeiro de 2011.
  6. Hamas: Egypt destroying Gaza smuggling tunnels by flooding them. Por Jack Khoury. Haaretz, 11 de fevereiro de 2013.
  7. Egypt floods Gaza tunnels to cut Palestinian lifeline. Reuters, 13 de fevereiro de 2013.
  8. Moshe Hirsch (2006). «"Treaty-Making Power: Approval of the Israel-Egypt "Philadelphi Accord" by the Knesset». The Israel Law Review. p. 229 

Ver também

Ligações externas

  • SULLIVAN, Denis Joseph; JONES, Kimberly A. Global Security Watch - Egypt: A Reference Handbook, ABC-CLIO/Greenwood, 2008, pp.116s.