Expedição de Cabinda

Expedição de Cabinda
Data 23 de setembro de 1723 – 25 de setembro de 1723
Local Cabinda
Desfecho Vitória portuguesa
Beligerantes
Reino de Portugal Reino Unido da Grã-Bretanha
Comandantes
Vasco Fernandes César de Meneses
José de Semedo Maia
Estêvão José de Almeida
Desconhecido
Forças
2 navios de linha
112 canhões
1 nau mercante
2 corvetas
35 canhões
Campanhas coloniais portuguesas
Conflitos prolongados mostrados em negrito
Data  Região 
1415 Ceuta
1437 Marrocos
1458 Marrocos
1468 Marrocos
1471 Marrocos
1478 Guiné
1487 Marrocos
1490 Marrocos
1501–02 Índia
1502 Índia
1503 Índia
1504 Índia
1506 Índia
1507 África Oriental
1507 Hormuz
1508 Índia
1509 Índia
1510 Índia
1511 Malaca
1514 Marrocos
1515 Marrocos
1517 India
1521 China
1522 China
1523 Arábia
1526 Índia
1531 Índia
1538 Índia
1541 Mar Vermelho
1541 Mar Vermelho
1542 África Oriental
1546 Índia
1548 Arábia
1551 Arábia
1552–54 Arábia
1553 Golfo Pérsico
1558 Brasil
1559 Índia
1561 Japão
1562 Marrocos
1567 Brasil
1568 Malaca
1569 Achém
1570–75 Índia
1580–83 Oceano Atlântico
1580–89 Oceano Índico
1581 Damão
1587 Jor
1601 Java
1606 Malaca
1606 (ago) Malaca
1612 Índia
1614 Brasil
1619 Ceilão
1622 China
1622 Angola
Data  Região 
1624 Brasil
1625 Pérsia
1625 Brasil
1625 Costa do Ouro
1629 Malaca
1630 Brasil
1631 Brasil
1638-39 Índia
1671 Angola
1637 Costa do Ouro
1638 Índia
1638 Brasil
1639 Índia
1640 Brasil
1640–41 Malaca
1645 Brasil
1647 Angola
1648 Brasil
1648 Angola
1649 Brasil
1652–54 Brasil
1654 (mar) Ceilão
1654 (mai) Ceilão
1665 Angola
1670 (jun) Angola
1670 (out) Angola
1696–98 Mombaça
1710 Brasil
1711 Brasil
1729-32 Índia
1735–37 Banda Oriental
1752 Índia
1756 América do Sul
1761–63 América do Sul
1762–63 Sacramento
1768-69 Angola
1774-78 Angola
1776–77 América do Sul
1809 Guiana Francesa
1816–20 Banda Oriental
1821–23 Brasil
1846 China
1849 China
1850-62 Angola
1855-74 Angola
1890–1904 Angola
1907 Angola
1914–15 Angola
1917–18 Moçambique
1954 Índia
1961 Índia
1961–74 África
• 1961–74 Angola
• 1963–74 Guiné-Bissau
• 1964–74 Moçambique

A Expedição de Cabinda foi uma ação militar realizada por Portugal, partindo do Brasil, contra posições inglesas estabelecidas em Cabinda. Foi o único conflito registrado entre lusitanos e ingleses durante o reinado do rei D. João V de Portugal.

Antecedentes

Em 1722, com o apoio do rei de Angoio, ingleses estabeleceram um entreposto na localidade de Cabinda, com o objetivo de substituir a presença portuguesa na região. Historicamente, a costa ocidental africana era um centro de interesses de comerciantes e contrabandistas, especialmente em relação ao comércio de escravos, com os portugueses sendo pioneiros nessa atuação, devido ao seu também pioneirismo nas Grandes navegações.

O governo colonial de Angola, então, relatou por carta ao rei D. João V de Portugal sobre a situação. Diante disso, o monarca levou a situação ao Conselho Ultramarino, para discutir sobre as medidas cabíveis para a situação.

Expedição

O Conselho Ultramarino decidiu realizar uma expedição com o objetivo de expulsar os ingleses, que deveria partir do território brasileiro. O governador-geral do Brasil, Vasco Fernandes César de Meneses, é convocado para mobilizar tropas para serem utilizadas na expedição, além de disponibilizar embarcações da armada do Brasil para a atuação naval da expedição.

A 16[1] ou 17[2] de Maio de 1723, partiram do Rio Tejo as naus Nossa Senhora da Madre de Deus, de 60 peças e a Nossa Senhora da Atalaia, de 52 peças, junto a 16 navios mercantes com destino à Baía. A frota era comandada pelo capitão de mar e guerra José de Semedo Maia, acompanhado pelo experiente comandante paraense Estêvão José de Almeida.[1] Após chegar a Nossa Senhora da Atalaia foi enviada para a Angola com a missão de destruir um forte construído pelos ingleses. Semedo chegou a Luanda no dia 12 de setembro, e rumou ao norte no dia 6 de outubro, em busca de reconhecer a área ocupada pelos ingleses.[1]

Após duas semanas, a embarcação constatou que as posições inglesas constavam com: um forte recém construído armado com 30 peças de artilharia; duas corvetas (sloop-of-war) com menos de 18 peças de artilharia cada uma e uma embarcação de mercadorias. Assim carregando os termos das ordens de D. João V, a Nossa Senhora de Atalaia, comandada por Estêvão José de Almeida, exigiu a entrega do forte inglês.

Com a recusa dos ingleses, o comandante paraense abriu fogo, inicialmente, contra as duas embarcações inglesas, o que forçou as tripulações a abandonarem os navios e fugirem para o forte. Após isso, a embarcação lusitana e o forte inglês protagonizaram dois dias de intenso fogo, até a rendição inglesa. Em troca da rendição, os ingleses solicitaram as embarcações capturadas pelos luso-brasileiros, que foram utilizadas para retornarem a Europa.

Assim, após tomar posse da fortificação (mantida pelos portugueses desde então), Portugal reafirmou sua posição na costa ocidental africana e no comércio do atlântico sul, enquanto nenhum protesto inglês foi enviado a D. João V.

Ver também

Referências

  1. a b c «Angola e Congo: quatrocentos annos depois historia antiga e moderna, Volume 1». A.J. Valente. Consultado em 3 de Outubro de 2021 
  2. Saturnino Monteiro, Armando da Silva (1996). Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa - Volume VII (1669-1807). Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora. p. 126. ISBN 972-562-331-2 

Bibliografia

  • C. R. Boxer. A Idade de Ouro do Brasil:Dores de crescimento de uma sociedade colonial.
  • SILVA, Francisco Xavier da, 1709-1781

Elogio funebre, e historico do muito alto, poderoso, augusto, pio, e fidelissimo Rey de Portugal Elogio funebre, e historico do muito alto, poderoso, augusto, pio, e fidelissimo Rey de Portugal, e Senhor D. Joaõ V... / por Francisco Xavier da Sylva.... - Lisboa : na Regia Officina Sylviana, e da Academia Real, 1750.