Pinocheques

Pinocheques foi um caso de corrupção no Chile ocorrido em 1989 e que teve como protagonistas Augusto Pinochet Hiriart e seu pai Augusto Pinochet Ugarte, líder da ditadura militar chilena desenvolvida durante esse período. Também é o nome dado aos cheques entregues por Augusto Pinochet ao seu filho e que foram a causa central da crise. O caso nunca pôde ser aberto oficialmente durante o período de Transição para a Democracia como resultado das diversas pressões de Augusto Pinochet e do Exército do Chile, sendo finalmente encerrado em 1995 sem nenhuma penalidade para os perpetradores.

Antecedentes

Em 1984, Augusto Pinochet Hiriart, primogênito do general Pinochet e sua esposa Lucía Hiriart, usando um amigo como testa de ferro, comprou a empresa metalúrgica Nihasa Limitada, logo mudando seu nome para PSP. Entre seus contratantes estavam a empresa Cema Chile, dirigida por sua mãe, para a qual produziu os ornamentos metálicos de sua sede, bem como o Exército do Chile, para quem condicionou seus caminhões e jipes para adaptá-los apropriadamente para o enfrentamento às manifestações.[1]

A fraude

Em 1987, a PSP comprou a Valmoval, empresa dedicada à gestão de fuzis, administrada pelo Exército e que havia recentemente declarado falência. Dois anos depois, o exército comprou novamente a empresa, sendo a transação paga por seu pai, Augusto Pinochet, através de três cheques — os chamados “pinocheques” — por uma quantia próxima de 3 milhões de dólares.[1][2]

Após a venda, Pinochet Hiriart, juntamente com sua então esposa, María Molina Carrasco, e seus cinco filhos, retornaram aos Estados Unidos (já haviam morado em Los Angeles) para a cidade de Sacramento, Califórnia, onde abriu várias contas bancárias em nome de sua esposa e filhos, com a finalidade de ocultar seu dinheiro.[3] Uma conta de María Molina no Banco Gran América em Sacramento acabaria acumulando um milhão e meio de dólares. Com o dinheiro, Pinochet planejava montar uma empresa de ginásios e academias de karatê, planos que não conseguiu realizar, por motivos familiares, devido às infidelidades da esposa com o seu guarda-costas.[1]

Ver também

  • Boinazo

Referências

  1. a b c Tercera Información (14 de março de 2012). «Chile: Se suicidó la ex esposa del hijo mayor de Pinochet, implicada en escándalos» 
  2. BBC Mundo (11 de agosto de 2005). «Los conflictos de la familia Pinochet» 
  3. Cavallo Castro, Ascanio (1998). La historia oculta de la Transición. [S.l.]: Grijalbo. ISBN 956-258-075-K Verifique |isbn= (ajuda). Cópia arquivada em 5 de novembro de 2013 
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